sábado, 18 de dezembro de 2010

As batidas tocam incessantemente o mesmo ritmo...
Levando tudo para uma longa fusão de carnes e almas.
Um urro. Fendeu o escuro do "ser", e fugiu, lábaro.
Rodopiou na ponta duma lança de pecados, e sentiu o fulgor do hálito, desferido como chicotada, no seu rosto, pálido.
Morreu. Morreu sentindo pavor. Na dúvida de ter iniciado o inferno antes ou depois da morte. E Eu. Eu estava lá .
Quando morreu e abriu os olhos, eu estava lá e continuei a tortura que vai durar séculos na tua dor.

domingo, 29 de agosto de 2010

Liberdade ou Morte?

Muitas vezes situações péssimas despertam reações positivas, algumas ao revés. Outras ainda surgem tão somente pra nos tirar do nosso ponto de conforto e nos coloca num ponto de confronto,
Eu X Eu...
Perdoa nossa ofensas....
Um dos pontos mais difíceis do ideal humano, correto , ético, até mesmo "Superior". E quando isso não acontece?
E se o fato de ser incapaz de perdoar vem acompanhado do medo de que por mais que tu esconda essa falha , de alguma forma o ser não perdoado sabe, sente, ve?
Gostaria de poder enterrrar minhas reações e sentimentos, como alguns corpos sepultados, dentro dos nossos respeitosos ritos de passagem. À partir de quando, o falecimento de uma pesssoa à torna pura e redimida perante os seus erros?
À partir de quando, o fato de desejarmos uma vida muito longa, repleta de muitos acertos de contas, passa a ser vingança e não justiça?
Essas dúvidas tem despertado em mim culpas que talvez nem minha sejam. Culpas que tomei como minhas, por sentir que não tenho o direito de dá-las, como um presente por merecimento, aos que eu julgo meus carrascos?
De algum modo, uma morte renasceu em mim, o que eu tentava ocultar. Sob uma placidez forjada, velada, vigiadíssima.
Um ódio latente, que além de incomodar pela simples existência e emanação pessoal, me deixa vulnerável aos que não vejo e temo.
Então "Senhor", perdoai-me por não conseguir perdoar.
Perdoe meus ofensores e à, mim que não posso, não consigo , não quero perdoar.
E se possível, "Senhor", seja justo, e se aos meus olhos a justiça não esteja clara, faça-me compreender os motivos, para que ao menos me sinta mais leve, e menos feio perante o que somos, tua imagem e semelhança.

Marcelo Carmona.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Na obrigação diária de abrir os olhos, tenho de leve a esperança de que tudo esteja escuro.
Só pra ficar mais difícil encontrar minhas coisas na desordem que eu criei.
Em alguns dias até consigo diminuir bastante o tempo claro que tenho que ficar acordado...
E é bem nesses dias que eu mais quero colocar tudo no lugar.
De meus atos noto os que nao foram para ou por mim.
Acho que me esqueci ja faz algum tempo...