domingo, 29 de agosto de 2010

Liberdade ou Morte?

Muitas vezes situações péssimas despertam reações positivas, algumas ao revés. Outras ainda surgem tão somente pra nos tirar do nosso ponto de conforto e nos coloca num ponto de confronto,
Eu X Eu...
Perdoa nossa ofensas....
Um dos pontos mais difíceis do ideal humano, correto , ético, até mesmo "Superior". E quando isso não acontece?
E se o fato de ser incapaz de perdoar vem acompanhado do medo de que por mais que tu esconda essa falha , de alguma forma o ser não perdoado sabe, sente, ve?
Gostaria de poder enterrrar minhas reações e sentimentos, como alguns corpos sepultados, dentro dos nossos respeitosos ritos de passagem. À partir de quando, o falecimento de uma pesssoa à torna pura e redimida perante os seus erros?
À partir de quando, o fato de desejarmos uma vida muito longa, repleta de muitos acertos de contas, passa a ser vingança e não justiça?
Essas dúvidas tem despertado em mim culpas que talvez nem minha sejam. Culpas que tomei como minhas, por sentir que não tenho o direito de dá-las, como um presente por merecimento, aos que eu julgo meus carrascos?
De algum modo, uma morte renasceu em mim, o que eu tentava ocultar. Sob uma placidez forjada, velada, vigiadíssima.
Um ódio latente, que além de incomodar pela simples existência e emanação pessoal, me deixa vulnerável aos que não vejo e temo.
Então "Senhor", perdoai-me por não conseguir perdoar.
Perdoe meus ofensores e à, mim que não posso, não consigo , não quero perdoar.
E se possível, "Senhor", seja justo, e se aos meus olhos a justiça não esteja clara, faça-me compreender os motivos, para que ao menos me sinta mais leve, e menos feio perante o que somos, tua imagem e semelhança.

Marcelo Carmona.